ISBN: 978-85-93546-15-0
Título: Bugre rima com estrelas
Edição: 1
Ano Edição: 2017
Tipo de Suporte: Papel
Páginas: 64
Editor(a): Biblio Editora
Participações:
Edson Moraes ( Autor)
Rogério Fernandes Lemes (Editor)
Apresentação
Poeta Edson Moraes: um herdeiro de bugragens, liberdade e latinices
Sylvia Cesco
Contou-me que era Bugre. Que sua mãe lhe dizia ter nascido com cheiro de mato, cheiro de passarinho e também de tucum no tchibum do bote do pacu.
Cheiro-cheio de aguapé, de aromita, de cansanção, de água-pomba, de seriguela.
Que havia nascido lá pras bandas de Corumbá, numa casa da Rua Oriental, de portas sempre abertas para que nunca houvesse linhas divisórias entre os de dentro e os de fora. Criançou empinando nuvens, como se pandorgas fossem, em arteiros encantamentos, ouvindo as notas canoras de Carlos, o pai, invadindo os passaredos já esperando em frondosa copa de Pata de Vaca, lugar- referência e conferência dos abraços esparramados entre a vizinhança.
Iris, a mãe, uma inventadora de paz, com nome de bela e refinada flor, declamava versos nos intervalos entre o mexer das imensas panelas, com mãos franciscanas e avental puído, o ensolarar das roupas no quarador e ainda o cultivar dos seus antúrios numa cumplicidade diáfana de todo dia, para juntos, se desfolharem na renovação da vida.
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* Sylvia Cesco é professora, poeta, Diretora Cultural da União Brasileira de Escritores de Mato Grosso do Sul (UBE-MS).
Prefácio
Bugre rima com estrelas
André Luiz Alvez
Enfim, o bugre poeta resolveu voar. E nesse seu primeiro voo, mergulhou fundo no grande mar de lirismo e por lá se encontrou com a estrela.
Ao explodir em poesias, Edson Moraes clama: “... ou me rastreio ou me escrevo... escrevam-me!”
Então, peço licença aos deuses e ouso falar desse bugre poeta que desde as primeiras letras me cativou de forma irreversível.
Diversas vezes lhe disse: você precisa publicar seus textos! O mundo precisa conhecer o seu lirismo, a sua poesia, a prosa enlevada que a todos causa encantos.
E o desejo, enfim, se torna realidade.
Pois é, desde menino, nas cercanias do grande rio que desaba no Pantanal, esse poeta cultiva o hábito pétreo de escrever.
E como escreve bem, senhoras e senhores!
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* André Alvez é escritor, publicitário, presidente da União Brasileira de Escritores de Mato Grosso do Sul (UBE-MS).
Nota do Autor
Porque bugre rima com estrelas...
... ou de como nasci sideralizado na flutuação sob-sobre águas, morros e não-morros...
Os índios bororos contavam que Corumbá era uma estrela, a única de um punhado que Deus lançou ao espaço e só ela chegou por aqui. Ela, a braçadeira do Paraguai, dos paiaguás e dos guatós, quis fincar-se na terra sem perder o brilho do céu.
É assim que o poeta Pedro de Medeiros, em “Lenda Bororo”, conta o nascimento de Corumbá - que é também o meu nascimento. Porque eu conto também essa história: sou bugre. E ando espiando estrelas, abancado na mais luzente delas.
“Conheci” Pedro de Medeiros quando era bem criança, de calça curtas. Foram meus pais quem o trouxeram para nossa casa. Pedro, Lobivar de Matos, Luiz Feitosa, Renato Baez, Rubens de Castro, Clio Proença, Alceste de Castro, Gabriel Vandoni de Barros, C G Lima ... poetas e poetisas, seresteiros e músicos de várias gerações, muitos frequentadores da nossa casa.
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Sobre o Autor
Edson Moraes é jornalista, poeta e compositor. Nasceu em Corumbá, MS em 15 de março de 1955. Há 43 anos exerce atividades jornalísticas como repórter, redator, editor e locutor. Foi Diretor de Imprensa da Assembleia Legislativa-MS no biênio 1995-97. Coordenador de Redação e repórter nas Secretarias de Comunicação dos governos de Marcelo Miranda, Wilson Martins, Ramez Tebet, Pedro Pedrossian. Assessor de Imprensa das prefeituras de Aquidauana (1997) e Porto Murtinho (2013). Escreve editoriais em vários jornais sobre Cultura, Meio Ambiente, Direitos Humanos, Histórias Regionais e Política. Reside há muitos anos em Campo Grande, MS.